As belas praias e ilhas no trecho do litoral norte paulista, logo antes da divisa com o Rio de Janeiro

As belas praias e ilhas no trecho do litoral norte paulista, logo antes da divisa com o Rio de Janeiro

Com suas paisagens intocadas e refúgios rústicos, os últimos 40 km que vão da praia de Itamambuca até Picinguaba merecem a descoberta

Não é novidade para ninguém que o trecho de litoral entre São Paulo e o Rio de Janeiro, a partir da Barra do Una, é um dos mais lindos do Brasil. São paradisíacos os últimos 40 km que vão da praia de Itamambuca até Picinguaba, a 10 km da divisa com o estado do Rio.

A primeira dica para quem quer chegar nesse trecho da forma mais tranquila é descer a Serra do Mar pela rodovia Oswaldo Cruz, que já sai no limite norte de Ubatuba e que, portanto, evita toda a lentidão do trânsito pesado de Caraguatatuba até o centro de Ubatuba, que é inevitável quando se utiliza a rodovia dos Tamoios.

Logo após descer a lindíssima serra, já começa o festival de cores com a intocada Mata Atlântica verde escura que se contrapõe ao azul e ao verde claro do mar manchado apenas pelas dezenas de ilhas que acompanham a viagem. É a chamada Costa Verde e, acredite, é surreal!

O encanto começa com a praia de Itamambuca, que é deslumbrante. É o paraíso dos surfistas, mas também dos amantes da natureza, com um lindo rio indo ao encontro do mar com cores incríveis e em encostas onde é comum ver tartarugas nadando.

 

Praia de Picinguaba, no litoral norte de São Paulo – foto Shutterstock

 

A próxima é a praia do Félix (também conhecida como a praia do Lúcio) cheia de charme e beleza. De lá saem duas trilhas, uma em cada ponta da praia, que levam a outras duas pérolas desse litoral: a praia das Conchas e a incrível praia do Português, que não chega a ter 50 metros e mesmo assim é considerada uma das mais belas do litoral.

Depois dessas, quase todas as praias são acessadas apenas por trilha ou pelo mar. Eu me hospedei em Picinguaba, que é uma linda vila tombada pelo patrimônio histórico, logo antes da divisa com o Rio de Janeiro. A estradinha em mau estado que leva para a vila tem 3 km e fica a 20 km de Paraty. O lugar sedia a associação dos barqueiros que vende 100% dos ingressos para os passeios e é dali que saem os barcos levando turistas para essa baía tão fértil de ilhas. A mais procurada é a ilha das Couves, onde se encontram praias realmente especiais como a praia de Terra e a praia de Fora. Também é a ilha com a maior infraestrutura para receber os turistas.

Mais 5 minutos e chegamos a uma ilha bem maior, mas não menos encantadora, chamada ilha dos Porcos. É um passeio estonteante e o que não faltam são opções de ilhas para quem tiver tempo e gasolina para passear pela baía toda de Picinguaba. Isso sem falar das praias do continente que somente dão acesso por longas trilhas ou de barco, como a praia da Almada ou a praia do Engenho.

Na volta para Picinguaba existem boas opções de restaurantes, simples, mas de execução precisa como o Deco da Villa e o Petiscos Beira Mar, onde a proprietária prepara peixes na brasa e ótimas caçarolas de frutos do mar.

A dica final é lembrar que chove bastante no verão, dada a proximidade com a Serra do Mar, e que o ideal para curtir o sol e as cores é marcar o seu passeio entre os meses de abril e outubro. Até!

Cinemas de rua em São Paulo que permitem emendar o passeio em um bom restaurante

Cinemas de rua em São Paulo que permitem emendar o passeio em um bom restaurante

Com filmes fora da rota comercial e ambientes aconchegantes, os cinemas de rua proporcionam um passeio maravilhoso 

Os números não mentem e, felizmente, voltamos aos cinemas após o longo trauma imposto pela pandemia. Mesmo com toda a evolução dos streamings, que serviu de consolo para os apaixonados pela sétima arte, e dos aplicativos de entrega que fizeram explodir o delivery, quem aprecia uma telona ou um bom restaurante sabe bem diferenciar uma experiência da outra.

Destaco o delicioso programa que é assistir a um filme em um dos maravilhosos cinemas de rua de São Paulo. E sempre há um restaurante de que gostamos ou que desperta o nosso interesse perto dessas salas. Curtir essa dobradinha sem ficar exposto ao bombardeio de consumo e ao barulho que uma ida ao shopping impõe faz uma grande diferença.

 

Cinesala – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

 

Um dos mais antigos da cidade, de 1940, o Cine Marabá tinha originalmente mais de 1.600 lugares e, hoje, repaginado, oferece cinco salas de 160 até 450 lugares cada – ao lado da famosa esquina das avenidas Ipiranga e São João. É uma volta no tempo, ainda mais se dali formos jantar no charmoso francês La Casserole. Já para quem mora na Vila Mariana ou curte algum dos muitos restaurantes sediados no bairro, como o Mapu (taiwanês), o AE Cozinha, o Bawarchi (indiano) ou o Amazônia Soul (amazônico) – ou até mesmo um boteco de qualidade como o Veloso – a dica é escolher um filme que esteja em cartaz no Centro Cultural São Paulo ou na Cinemateca.

A famosa rua Augusta oferece também duas opções de telona. Do lado Jardins, o Cine Sesc é um dos mais tradicionais da cidade e é conhecido por não exibir blockbusters, além de ter um bar agradável. É demais! E ainda está cravado no meio da gastronomia dos Jardins, com todos os restaurantes à sua volta, dos mais chiques até o nosso querido Frevo. E do lado da Bela Vista, está o Espaço Itaú de Cinema, reconhecido por sua programação de filmes de qualidade artística e cultural. Para matar a fome ali perto, a oferta está mais para hamburguerias, mas não esqueça que duas quadras para baixo se encontra a lendária Rotisserie Bologna.

 

Saguão da Cinesala – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

 

A Paulista é endereço de duas pérolas para os amantes da telona. O Cine Marquise fica no Conjunto Nacional e após o filme basta atravessar a Alameda Santos para jantar no lindíssimo Casimiro (do grupo Tatini). Projetado por Isay Weinfeld, esse restaurante também é dos mais bonitos da cidade. E ainda na avenida está o cultuado Reserva Cultural, que reúne quatro salas com programação de qualidade e dispõe de um café (Pain de France) e o ótimo Bistrô Reserva.

O Cine Reag Belas Artes, na esquina com a Consolação, com suas seis salas de tamanho médio impulsionou a vida cultural da região e fica a um quarteirão de clássicos da gastronomia paulistana, como o Mestiço e o La Tartine.

Finalmente vale dizer que Pinheiros abriga o cinema Cinesala, que conta com opções de sofás super confortáveis nas duas primeiras fileiras. É desnecessário ressaltar que o bairro oferece todo tipo de gastronomia e com qualidade. Aproveite e até!

 

Sala de exibição da Cinesala, em Pinheiros – foto Sérgio Israel e Ligia Skowronski

Bate e volta refrescante em cachoeiras próximas a São Paulo para quem gosta de imersão na natureza

Bate e volta refrescante em cachoeiras próximas a São Paulo para quem gosta de imersão na natureza

Cachoeiras próximas a São Paulo oferecem a dose de natureza e frescor necessária para enfrentar o calor de janeiro

Ótimas alternativas para quem gosta de imersão na natureza e de água corrente para se refrescar nesse começo de ano são as várias cachoeiras que temos a menos de uma hora de carro do calorão da selva de pedra. É o programa ideal para fazer um bate-e-volta e ainda chegar em casa com as energias renovadas.

Todos nós sabemos o poder que a água corrente tem sobre o corpo, principalmente perto de sua fonte. São mais de cem cachoeiras consideradas altas (com queda de mais de 30 metros) apenas no estado de São Paulo. 

Indico, a seguir, algumas cascatas que valem muito a pena por ordem crescente de distância do centro da capital paulista.

 

Cachoeira Véu da Noiva, no Parque Ecológico Perequê, em Cubatão – foto divulgação

 

Cachoeira do Engordador, no Parque da Cantareira, a 25 km do centro de São Paulo, tem uma trilha de nível tranquilo de 3 km. Quem procura um percurso mais intenso, pode optar pelo núcleo do Cabuçu, no mesmo parque, mas no município de Guarulhos.

Cachoeira Poço das Virgens, em Parelheiros, a 35 km da capital. Trilha tranquila, com queda pequena e poço perfeito para a família.

Cachoeira do Jamil, a 50 km de São Paulo, na confluência dos rios Monos e Capivari, está imersa em plena Mata Atlântica e conta com várias lagoas. A trilha é considerada intensa.

Cachoeira do Sagui, na estrada Engenho Marsilac, dentro da fazenda Maravilha, a 50 km da capital. O percurso é tranquilo (1,2 km), ideal para a família, tem estrutura boa e até um restaurante, que precisa de reserva antecipada.

Cachoeira do Marsilac, a mais fácil de se alcançar, já que você pode chegar de carro e a queda se encontra na área de proteção ambiental Capivari- Monos, a 55 km de São Paulo. No poço de águas calmas, é possível fazer canoagem e stand up paddle.

Cachoeira Véu da Noiva, a mais estruturada, tanto em relação à trilha de 8 km – considerada de nível leve, com vários pit stops para banho – quanto ao transporte a partir da capital. A cachoeira é o principal atrativo do Parque Ecológico do Perequê, na cidade de Cubatão. A região faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar e está a cerca de 65 km de São Paulo.  A Véu da Noiva tem impressionantes 80 metros de altura e conta ainda com outras cachoeiras menores pelo caminho.

Não se esqueça de levar uma mochila com água e comidas leves, como frutas e barrinhas de cereal, para comer caso a trilha seja um pouco mais longa.

Bom banho e um 2024 mais leve. Até!

Natal sem estresse: dicas de aperitivos para receber bem em casa

Natal sem estresse: dicas de aperitivos para receber bem em casa

As festas de fim de ano devem ser motivo de comemoração e de pura alegria, e São Paulo oferece tudo o que precisamos para receber bem quem nos visitará em casa

Todo ano é a mesma coisa. As missões natalinas se resumem a encontrar um presente para cada um dos parentes e amigos que estarão com a gente e a produzir uma ceia que cumpra o protocolo e agrade a todos. Na verdade, é quase isso. Sabemos que nessa semana fatídica receberemos diversas outras visitas de pessoas queridas que não poderão estar na noite de Natal, mas que fazem questão de trazer um presente ou de apenas vir dar um abraço de fim de ano.

E é dessa situação que quero falar, porque é muito fácil estar preparado para visitas em cima da hora e poder fazer dessas ocasiões uma curtição em alto astral, sem estresse. O importante é ter um kit aperitivo fácil e rápido de montar, que possa alegrar essas situações inesperadas, além de resolver também o esquenta da noite da ceia.

A minha fórmula é simples: compre ou encomende dois bons patês e algumas boas charcutarias que você possa tirar da geladeira e colocar sobre tábuas, assim que tocar a campainha. A única coisa que tem que ser fresquinha é o pão. Sugiro um bom patê de champagne e um patê en croûte (aquele com uma casca em volta). O ideal é comprar pedaços grandes o suficiente para guardar embrulhado em papel filme e cortar uma fatia de cada quando a visita chegar. Na tábua, coloque essas duas fatias, um pequeno pote com alguns cornichons (pepininhos em conserva franceses), que são vendidos onde você irá comprar os patês.

 

foto Shutterstock

 

A outra tábua é das charcutarias e tem que ser um pouco maior, pois o ideal é ter uns quatro ou cinco itens diferentes. Eu colocaria um chorizo ou um fuet espanhol, uma copa curada, um pastrami e, claro, um bom presunto cru. Você pode escolher comprar esses produtos já fatiados (em embalagens menores para abrir somente o desejado) ou em peças e, nesse caso, deve fatiar tudo na hora. Prefiro desse jeito, porque mantém todos os produtos bem frescos. Nessa tábua, também coloque um copo com um pouco de gelo no fundo e tiras de pepino e de cenoura crua para neutralizar o paladar entre um sabor forte e o outro. Para acabar de dar uma cor e um frescor nessa tábua, sugiro ainda um pote com tomates cereja cortados ao meio com algumas folhas de manjericão. E pronto, está feito o seu “kit visita surpresa”!

E é claro que nesse calor absurdo de dezembro é fundamental deixar algumas garrafas na geladeira. Indico ter duas de espumante brut e duas de rosé. O tinto, se alguém fizer questão, pode estar na adega ou na despensa, basta deixar na geladeira 5 minutos antes de servir. E durante essa semana de surpresas, se tirou uma garrafa, já repõe logo em seguida.

Com isso, não tem como você ser pego de surpresa pelas visitas. O máximo de correria que pode vir a sofrer é sair para comprar um belo pão fresquinho para acompanhar todos esses “amuse bouche”. A seguir, alguns lugares para encontrar patês e frios, fatiados ou não:

Casa Santa Luzia: Alameda Lorena, 1.471, Jardins
À Table: Rua Laplace, 749, Brooklin
Pirineus Embutidos Artesanais: Rua da Consolação, 2.915, Jardins
Antica Salumeria: Rua Pamplona, 1.783, Jardim Paulista

Bon appétit, joyeuses fêtes e um feliz 2024 a todos!

Os encantos gastronômicos de Salvador, que segue no topo da lista de preferências dos turistas

Os encantos gastronômicos de Salvador, que segue no topo da lista de preferências dos turistas

Não importa em qual lado da cidade você se hospede, o que não falta em Salvador é a mescla de beleza e sabor

Com uma taxa de ocupação hoteleira de 90% em pleno mês de outubro, é possível concluir que Salvador e arredores continuam no topo da lista de preferência dos turistas, sejam brasileiros ou estrangeiros. Isso não deixa dúvidas de que a cidade que reina na Baía de Todos os Santos também irá bombar de novembro até o Carnaval.

Existem dois tipos de destino bem distintos para quem desembarca em Salvador. Você se hospeda na cidade ou segue para as praias do norte pela Estrada do Coco, que acessa as praias de Busca Vida, Interlagos, Arembepe, Guarajuba, Praia do Forte e Sauípe. Ao norte, a oferta de casas para aluguel aumentou muito, são 40 km de praia e muitos condomínios.

Nesse trecho sugiro dois restaurantes que valem muito a pena conhecer. Em Arembepe, o Mar Aberto se assemelha a um quadro do Carybé de tão genuíno e colorido que é o visual – as ondas parecem entrar no terraço onde ficam as mesas. Comida típica muito bem-feita, desde a casquinha de lagosta até a moqueca de camarão com siri catado – se não quiser azeite de dendê, peça o ensopado.

Um pouco mais adiante pela estrada, entre a praia do Forte e a de Imbassaí, o Polomar é um elegante restaurante mediterrâneo com forte viés italiano com vista sobre um clube de polo e horizonte de coqueiral que vai até o mar, no melhor estilo country club tropical. O lugar enaltece os vinhos brasileiros e tem uma equipe preparada para informar sobre a espetacular carta.

 

Restaurante Mistura do Contorno, na capital baiana – foto divulgação

 

Já para quem fica em Salvador e quer desfrutar de uma boa refeição sem abrir mão da vista para a Baía de Todos os Santos, o ideal é a Marina do Contorno, onde ficam o brasileiro Amado e o japonês Soho. Um pouco adiante, o Mistura do Contorno, dos mesmos proprietários que o Mistura Fina de Itapuã, é parada obrigatória. Vá de mariscada ou de caçarola de polvo à siciliana!

Na Barra, a minha escolha é o Egeu, com bom cardápio do mar e um terraço com vista muito agradável. No Rio Vermelho, a opção para o jantar é o Vini Figueira Gastronomia, que tem um cardápio de mar e terra surpreendente. O chef da casa prepara um arroz de pato ao vinho com azeitonas, linguiça de paio e quiabo grelhado espetacular.

Fecho esta coluna recomendando uma visita ao mais festejado grupo baiano do momento, o Origem. O primeiro restaurante fica na Pituba e oferece apenas menu degustação (jantar). Como não sou fã de menu-degustação, prefiro a segunda casa dos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, aberta em 2022, o Ori (no Horto Florestal), que é mais descontraída e igualmente criativa e caprichada. Mas o que gostei mesmo é o Gem, bar anexo ao Origem, que abre para o happy hour e proporciona uma viagem de alta qualidade nos drinques, nos petiscos e no som (soul music de primeira). Ali tudo é muito bom! Desde o cone de tartare, passando pelo pastel de abará e até o mini-hambúrguer de wagyu.

Boa viagem!