Águas Saborizadas: simples de preparar, garantem uma boa hidratação e são deliciosas!

Águas Saborizadas: simples de preparar, garantem uma boa hidratação e são deliciosas!

As águas saborizadas são boas opções para manter o corpo hidratado com seus diferentes sabores e cores.

Beber água regularmente a fim de manter o corpo hidratado é um dos pilares de um hábito alimentar saudável. Como componente mais abundante de nosso organismo, a água tem papel fundamental na manutenção da saúde. Podemos citar como exemplo seu papel no controle da saciedade, no funcionamento intestinal e nos processos respiratório, cardiovascular e renal.
O corpo não possui reservatório de água, então quando a consumimos poucas vezes ao dia, não garantimos uma boa hidratação. Consumir água em volumes menores, várias vezes ao dia é a melhor alternativa. A boa hidratação se conquista por fluxo e não por volume. E lembro que a sede é um dos sintomas de desidratação.

Destaco, então, a água saborizada e suas possibilidades de variação de cores e sabores como uma excelente opção, contribuindo com o prazer de tomar água e em manter o corpo hidratado. Mas ressalto que – diferente do que acontece em chás e infusões – somente parte das propriedades nutricionais dos ingredientes que serão utilizados são transferidas para a água.
Talvez o principal ponto positivo das águas saborizadas é que elas mantem a neutralidade em relação a calorias, o que não acontece com os sucos de frutas, por exemplo. E são muito fáceis de fazer em casa e incorporar na rotina.

 

Foto: Getty Images

Foto: Getty Images

 

Basta preencher metade de uma jarra com frutas picadas, adicionar rodelas ou folhas de especiarias e completar com água filtrada. Sirva gelada! A quantidade de ervas e especiarias fica a critério do seu paladar.

Hortelã, gengibre e alecrim costumam agradar mais. O frescor conferido pela hortelã vem por meio do sabor refrescante e o perfume agradável. Já o sabor forte e picante do gengibre pode ser dosado na porção utilizada. Da mesma forma que o sabor forte e adocicado do alecrim pode ser moderado de acordo com seu gosto.

A suavidade do capim limão pode trazer um toque cítrico. Já a adstringência das frutas cítricas é perfeita para dias com temperaturas mais elevadas. E podemos ainda misturar sabores, como morango com gengibre; limão siciliano com carambola; e abacaxi com capim limão. As possibilidades são infinitas e agradam até os paladares mais exigentes, mantendo a hidratação diária necessária.

O nadador Cesar Cielo segue rotina de treinos e inspira jovens na natação em projeto social

O nadador Cesar Cielo segue rotina de treinos e inspira jovens na natação em projeto social

Cesar Augusto Cielo Filho é um cidadão do mundo. De Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, onde nasceu, mudou-se para a capital paulista aos 16 anos para evoluir dentro do habitat que escolheu para vencer na vida: a piscina. Deu super certo. Ainda hoje, ele é o único da história da natação nacional a conquistar uma medalha de ouro olímpica, feito registrado nos Jogos de Pequim, em 2008. Na competição, o atleta venceu a prova dos 50m livres, a mais rápida da modalidade, ao atravessar a piscina depois de 34 braçadas sem respirar, em 20s30 – recorde olímpico até hoje. Antes dessa conquista, Cielo viveu em Auburn, no estado norte-americano do Alabama, onde passou a estudar e refinar a sua técnica nas raias.

Hoje, aos 34 anos, Cesão, como é chamado por amigos principalmente do interior, trocou São Paulo por Itajaí. Na cidade catarinense, ele segue treinando – as competições estão suspensas por causa da pandemia – como atleta da equipe Nadar/Marcílio Dias. E ainda não decidiu se irá tentar o índice para representar o Brasil nos Jogos de Tóquio, neste ano. Dono de outras duas medalhas de bronze, uma em Pequim-2008 e outra Londres-2012, ele não abandonou o esporte de alto rendimento, mas seu foco, atualmente, é no terceiro setor e no desenvolvimento da natação brasileira.

Há onze anos à frente do instituto Cesar Cielo, ele estimula, por meio do projeto Novos Cielos, a natação entre crianças e adolescentes.

Casado com a modelo Kelly Gisch e pai de Thomas, 5 anos, fala a seguir das suas apostas para a Olimpíada de Tóquio, assume não estar pronto para se aposentar do esporte e confessa não ter apego às medalhas conquistadas.

 

Cesar Cielo - Foto Guto Gonçalves

Cesar Cielo – Foto Guto Gonçalves

 

Não faz muito tempo que você, a sua esposa Kelly e o filho Thomas se mudaram para Santa Catarina. Como foi?
Estamos vivendo em Itajaí há pouco mais de um ano. Vir para cá foi uma das melhores coisas que fiz. Vejo Itajaí como enxergava as cidades norte-americanas. É um lugar pequeno, mas tem tudo. Não há McDonald’s a cada esquina, mas tem uma franquia aqui, além de restaurantes mais sofisticados. E posso levar o meu filho a pé para o colégio, que fica a uma quadra de casa. Nada demora mais do que dez minutos. A gente ganhou tempo para curtir mais a vida. Estou a dez minutos de Balneário Camboriú e moro a cinco minutos da Praia Brava, em um apartamento de frente para o Porto. A geografia nos ajudou a vir para cá. O aeroporto daqui é bom. Estamos a cinquenta minutos de Joinville, que também possui aeroporto. E a um pouco mais de uma hora de Florianópolis, onde fica o aeroporto internacional. Enfim, o custo e a qualidade de vida são melhores. E, pô, eu já morei no Alabama, né?

E como anda o seu trabalho em Itajaí?
Eu sou padrinho do maior projeto social de natação do país, o Nadar, que possui três unidades em Itajaí e uma em Navegantes. Nelas, mais de 4 mil crianças de um ano até jovens adultos já na fase do alto rendimento são atendidos gratuitamente. O Novos Cielos, idealizado pelo Instituto Cesar Cielo, é responsável pelo lado competitivo do Nadar que, ano passado, chegou a 5.600 usuários. Trata-se de um dos maiores projetos aquáticos do mundo. Há, ainda, hidroginástica para a terceira idade e natação para bebês, duas vezes por semana.

Paralelamente a isso, você tem treinado? Quando competiu pela última vez?
Sim, treino uma vez por dia. Eu represento o clube do time oficial da cidade, que é o Marcílio Dias, mas com o nome Projeto Nadar. A última competição foi em novembro de 2019. De resto, somente treino, porque os campeonatos foram cancelados. Logicamente, há uma perda de ritmo de competição. Acabei de fazer 34 anos, mas tenho a memória do que sempre fiz. O adiamento da Olimpíada de Tóquio, para a geração mais nova, foi muito bom, porque possibilitou mais um ano para ela amadurecer. Chegar com 20 anos e não com 19 anos nos Jogos Olímpicos faz muita diferença. A formação estrutural física é outra. Por outro lado, como não rolaram competições, não houve ganho de experiência. Já para os mais velhos, que não estão querendo treinar muito e tiveram de treinar mais um ano, é ruim. Mas, em um treino, eu consigo ter um feedback próximo do que eu alcançaria em uma competição. Vai ser interessante essa retomada das competições com a geração mais nova melhorando e a mais velha tentando se segurar com a experiência.

 

Foto Guto Gonçalves

Foto Guto Gonçalves

 

Por que a natação se tornou um esporte elitizado? Como reverter esse quadro?
A natação, hoje, virou um privilégio e não mais um direito. Nesse sentido, está cada vez mais próxima do tênis, no Brasil. Tudo é muito caro, difícil. O sistema clubístico restringe muito o acesso das pessoas à prática da natação no clube ao cobrar mensalidade dos sócios. Itajaí é vizinha de cidades ótimas e com poder aquisitivo, mas não há nenhuma equipe de natação. Se não houvesse o Projeto Nadar, que é social, gratuito, não teria onde treinar aqui na região. No Instituto, fiz questão de prever competições, porque é a partir delas que conseguimos bolsa em colégio e universidade para a garotada. Precisamos olhar para o esporte como uma ferramenta de ascensão social. E, antes de tudo, parar de falar que só o Brasil não tem estrutura. Temos piscinas em tudo quanto é canto, mas muitas estão abandonadas, com água verde, ociosas. Precisamos fazer uma gestão melhor ao invés de somente sair construindo piscinas. Lá nos Estados Unidos, cidadãos e entidades privadas se juntam para fazer acontecer. As pessoas pagam para nadar por hora sem precisar ser associadas a um clube e gastar com mensalidade, preso a uma estrutura. Para uma melhora rápida, seria o jeito mais dinâmico de se fazer.

O que faria o Cielo ir a mais uma Olimpíada?
Eu estou passando pelo momento mais difícil da minha carreira. E assim acontece porque é uma decisão minha. Em 2008 ou em outros ciclos mundiais, pelo contrário, eu tinha de encarar tudo, competir, honrar o incentivo que recebia da família e o tamanho que eu era. Eu seria muito burro se perdesse aquela oportunidade. Hoje, olho e penso que, se eu não encarar a Olimpíada, nada de mal irá acontecer. Eu tenho de ir se quiser fazer isso tudo de novo. E é uma decisão difícil para caramba. Tenho um lado competitivo ainda pulsando forte. Fico todo arrepiado, no sofá, quando assisto a uma competição. E, por outro lado, quando vou para a piscina, penso: o que tenho de ganhar agora para me servir de motivação? Olho para a minha trajetória e vejo que é muito difícil chegar aonde cheguei e sou muito agradecido. A minha ideia era ser medalhista olímpico e recordista dos 50m livres nem que fosse por uma série apenas. Eu só queria ser o nadador mais rápido do mundo por uma prova que fosse. Difícil encontrar o que me motiva, então, quando a escolha é consciente, como hoje. Não há mais aquela coisa inconsequente da juventude. Hoje, eu sei exatamente o que tenho de fazer. E esse é o problema (risos).

 

Cesar Cielo - Foto Divulgação

Cesar Cielo – Foto Divulgação

 

Quais são suas apostas na natação brasileira nos Jogos de Tóquio?
Pensando em pódio, creio que no 4 x 100 livre, no 4 x 200 livre masculinos e nos 50m livres o Bruno Fratus (carioca ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2019) pode se destacar. Faz três campeonatos mundiais que o Bruno vem chegando entre os três primeiros. E, hoje, temos o melhor revezamento 4 x 100 medley da história, porque contamos com o melhor nadador de 100m costas e o de 100m peito da história, além de um dos melhores do 100m borboleta. Acho que os três revezamentos irão fazer a final olímpica. E o 4 x 100 e o 4 x 200 têm possibilidade de morder um bronze e, talvez, em um dia iluminado, uma prata.

Onde fica a sua medalha de ouro dos Jogos de Pequim, em 2008?
Está exposta no meu escritório. É a 1ª vez que faço isso em anos. Ela estava empoeirada lá em casa, em Santa Bárbara d’Oeste. Não tenho muito apego à medalha. Gosto de saber que está segura, bonitinha. Prefiro rever os vídeos das provas que fiz.

Quais suas recordações de Santa Bárbara?
O Sol mora em Santa Bárbara! A gente sempre morou próximo dos canaviais e convivia com as queimadas, com a fuligem que encobria a cidade. Interior é aconchego, é reencontrar amigos, marcar café na casa dos outros, combinar um churrasco. Churrasco é bom, porque no interior tem muita casa com piscina. Eu estudava em Americana e treinava em Piracicaba, onde morei por um tempo. Vivia, então, pegando estrada, trafegando pela rodovia Luiz de Queiroz. Em Santa Bárbara, eu gostava da tranquilidade de poder pegar a bicicleta e ir para o treino. Tenho ali amigos até hoje, a maioria da natação. Temos um grupo no WhatsApp – nele eu sou o Cesão e não o Cielo. E a cada dois meses, estou em Campinas. Até porque o voo de Navegantes para Viracopos é muito fácil de fazer. E o aeroporto está a vinte minutos da casa dos meus pais. Minha avó e minha tia moram até hoje em Souzas, ali do lado de Campinas. Ainda sou muito ligado a essa região.

 

Cesar Cielo - Foto Guto Gonçalves

Cesar Cielo – Foto Guto Gonçalves

 

Parece que você já perdeu o sotaque…
Quando cheguei a São Paulo fui muito zoado e dei uma amenizada no “erre” puxado que usava para falar porta e porteira (risos). Mas ele segue aqui dentro de mim.

O que o Cielo de 2021 não faz mais como o de 2008, ano do ouro, fazia?
Hoje entendo o que é um dia cansado. Em 2008, tinha dia que eu ia para a academia e não conseguia subir um peso. E ficava chateado, decepcionado comigo. Hoje, se vejo que o peso não sobe, não é porque não quero. Não uso mais aquela psicologia imbecil do “se você quer, você consegue”. Entendo que o corpo está cansado. Respeito muito mais a minha condição física, agora, do que antigamente, quando eu via isso como uma fraqueza. Entendo muito mais a equação estímulo somado a descanso gera rendimento. Tentar o índice para Tóquio está mais condicionado a eu olhar para mim e querer pagar esse preço do que o meu corpo aguentar o processo. A natação, hoje, é muito mais uma escolha minha do que o ambiente e o tempo dizendo que não dá mais para eu aguentar o tranco. Há atletas com 35, 36 anos, que estão voando na piscina. É a disciplina – e não o físico – que faz a diferença.

Você chegou a ficar nove meses sem competir, em 2017. Parecia o fim, mas não foi. Por quê?
Eu me senti pior longe da piscina. Sou um ser meio doido a ser estudado. A rotina solitária de treinos me fez falta. Eu entendi que as coisas na minha vida funcionam melhor quando estou dentro d’água. Em nove semanas de treinamento, depois da pausa, nadei os 50m livres em 21s07. A piscina faz bem para a minha cabeça, quando estou nadando a minha criatividade aflora, eu relaxo e penso melhor. Por exemplo, eu até encontro soluções para os problemas do meu instituto dando braçadas dentro d’água.

Você se sente preparado para uma possível despedida do esporte como competidor?
Não. Já pensei em despedida. Uma das coisas que mais me apavoram na carreira… parar de nadar 100%. Difícil colocar um ponto final em algo que se é bem sucedido na vida. Se dependesse da minha vontade, eu anunciaria a minha despedida escrevendo e assinando uma carta aqui de casa, sem evento nenhum. Mas também me pego pensando em algo maior nesse momento como forma de agradecer todo mundo que me ajudou nessa caminhada. Quero que os meus pais, pelo esforço que tiveram principalmente no começo, celebrem o que fizeram. O mesmo penso em relação a todos os meus treinadores, porque não é comum mencionarem os caras, a pessoa que me ensinou a nadar, no meu caso, o Reinaldo, de Piracicaba. Seria, então, um esforço coletivo para dar crédito às pessoas que me prepararam para essa super carreira. Por elas, porém, eu faria esse esforço.

 

Cesar Cielo com sua esposa Kelly Gisch e o filho Thomas - Foto arquivo pessoal

Cesar Cielo com sua esposa Kelly Gisch e o filho Thomas – Foto arquivo pessoal

 

Em construção e transformação, o ator Bruno Gagliasso é aliado de causas ambientais importantes

Em construção e transformação, o ator Bruno Gagliasso é aliado de causas ambientais importantes

Em 1999, com 17 aninhos, Bruno Gagliasso estreou na Globo, no episódio “Papai é Gay!” do programa interativo “Você Decide”. Hoje aos 38 anos, Bruno é quem decide seu próprio destino. Após participar de mais de 20 novelas e séries da emissora, resolveu sair da Globo e assinou com a Netflix.

A mudança, além de dar um refresh em sua carreira de ator, abre espaço para que ele se dedique também a outras de suas paixões: a família, o empreendedorismo e a preservação ambiental.
Sempre com sua esposa, Giovana Ewbank, e seus filhos Titi (de 7 anos), Bless (6) e Zyan (1), ele divide seu tempo entre a casa que a família mantém na cidade do Rio de Janeiro e o sítio na serra fluminense, onde Bruno está implantando um bonito projeto ecológico.

Como empreendedor, ele atua como sócio na vodca orgânica e artesanal Voa, como anjo-investidor da start up CredPago e como proprietário de duas pousadas em Fernando de Noronha – a Maria Bonita (aberta em 2015) e a recém-inaugurada Maria Flor.

 

Bruno Gagliasso - (Foto Thiago Bruno)

(Foto Thiago Bruno)

 

Sua saída da Globo teve a ver com uma necessidade de fazer coisas diferentes, de ter mais tempo para investir no seu lado empreendedor?
Eu digo sempre que não foi uma saída, são novos tempos. Fui e sou muito grato a tudo que vivi na Globo, foi lá que amadureci como ator. Mas hoje sou muito feliz na minha nova casa. A Netflix me traz a possibilidade do novo. Eu sou um ator que fez de tudo em novelas e elas sempre terão um lugar especial no meu coração. Só que, nesse momento, meus olhos brilham por outras coisas. Digo que estou respirando a liberdade, então, sim, foi para ter mais tempo como empreendedor, como pai, marido, como ser humano ligado às causas ambientais e, acima de tudo, como artista inquieto que sou.

Em quais projetos você está envolvido, nessa área de teledramaturgia?
Estarei em uma série que é uma produção internacional e que, assim como tudo no mundo, acabou sendo afetada também pela pandemia. Não posso falar muito sobre ela ainda, mas seu lançamento está previsto para 2022. Tenho estudado bastante e estou muito empolgado. E tem outro lançamento muito esperado por mim – e acredito que pelos brasileiros também – que é o filme “Marighella”, que vai estrear aqui no Brasil este ano, finalmente.

 

Foto divulgação - Filme Marighella

Foto divulgação – Filme Marighella

 

Voltando à sua porção empreendedora, gostaria que você falasse um pouco da sua associação ao grupo que produz a vodca Voa. O que despertou o seu interesse nessa bebida?
Fico muito feliz em doar um pouco da minha essência para um produto totalmente brasileiro, feito com o nosso talento. Mas como tudo em minha vida é sempre sobre relações, meu envolvimento se deu por causa do Mario Bulhões, que fundou a Voa e é meu amigo há 20 anos. Isso é essencial para mim. Quando ele me apresentou a Voa eu fiquei empolgado porque acredito em produtos que tenham alma, e a Voa tem. Foi a primeira coisa que me atraiu. Acho que a gente tem tudo para quebrar esse preconceito que ainda existe nesse segmento, de que destilados nacionais não são excelentes.

 

O ator com a vodca orgânica Voa, da qual é sócio - Foto Thiago Jenne

O ator com a vodca orgânica Voa, da qual é sócio – Foto Thiago Jenne

 

Com esse investimento, você se junta ao time de artistas que possuem marcas de bebidas premium, como George Clooney (sócio da tequila Casamigos), o cantor Bruno Mars (do rum Selva Rey) e o ator Ryan Reynolds (do gim Aviation). A que tipo de marcas você gosta de ver o seu nome associado?
Que responsa estar nesse time, hein? Gosto de me associar a marcas que eu consumo, mas principalmente a marcas que eu acredito. Não é a quantidade que me interessa. Hoje, além da vodca Voa, sou sócio da Credpago e tenho duas pousadas em Noronha, que são meu orgulho. Está bom por enquanto, se não o ator não pode criar mais. E estou em ebulição.

Você parou de comer carne após ter visto de perto a devastação causada por pecuaristas na Amazônia e, em consequência dessa mudança de hábito, saiu da sociedade das hamburguerias Burger Joint. Esse é um exemplo da sua preocupação de ligar seu nome a marcas que tenham a ver com o seu estilo de vida?
Hoje eu não consumo mais carne vermelha. E sair dessa sociedade foi uma consequência dessa escolha alimentar. Defendo o consumo consciente, mas não sou radical. O que desejo é que a gente saiba a origem do que a gente come. Nesse caso da hamburgueria eu não poderia manter um negócio em que o produto principal é a carne vermelha, seria totalmente incoerente com as minhas escolhas. Ainda tenho muito a aprender, digo que estou em um processo de aprender e entender como eu, Bruno, posso ser parte de um mundo mais saudável. Estou em construção, em transformação. Nesse processo eu já aprendi muito, mas sei que ainda falta muito também.

 

Bruno Gagliasso com os painéis de energia solar em seu rancho - Foto Thiago Jenne

Bruno Gagliasso com os painéis de energia solar em seu rancho – Foto Thiago Jenne

 

A casa onde você vive com sua família no Rio é uma residência energeticamente autossuficiente. Você participou da elaboração do projeto dessa casa? Você tem um interesse especial por arquitetura?
Sou completamente apaixonado por arquitetura e muito curioso também. Meu sogro é arquiteto, tenho alguns amigos e sócios arquitetos e aprendo muito com eles. Se não fosse ator, com certeza, eu seria arquiteto ou engenheiro. Mas o grande segredo da minha casa é como ela foi projetada. Moro na casa que Cláudio Bernardes fez para ele próprio viver e respeito muito sua arquitetura. Sempre fui fã dele, do pai e do filho. Tudo começa neste projeto. Tenho placas solares no teto que comecei a usar na minha casa e agora também tenho no rancho. Tento ser sustentável em tudo o que posso. Saber que minha casa é movida a energia limpa e através do sol me enche de orgulho.

A propósito, me fale sobre as suas duas pousadas em Noronha. A sustentabilidade foi uma prioridade no projeto das duas, não?
Eu invisto em coisas que eu acredito. Sempre fui muito fã de Noronha, vou para lá há mais de dez anos, tenho grandes amigos ali e foi assim que nasceu o desejo de fazer a Maria Bonita. Deu tão certo que agora construímos a Maria Flor. Nosso sonho, porque tenho sócios diferentes nas duas pousadas, quase foi adiado por causa da pandemia e da crise, mas com muita convicção e resiliência, ela foi inaugurada. A Maria Bonita e a Maria Flor são lugares de contemplação de tudo que há de mais perfeito na natureza, são lugares para a gente se conectar com o interior, curtir e ficar em paz. Os dois projetos são no estilo rústico contemporâneo, sempre prezando a sustentabilidade, os materiais de design nacional e o artesanato local.

 

Pousada Maria Flor - Fotos Carol Sabio

Pousada Maria Flor – Fotos Carol Sabio

 

Já em Paraíba do Sul, no Rio, você mantém o Rancho da Montanha, onde toca um grande projeto de reflorestamento e um santuário de reabilitação de espécies resgatadas das mãos de traficantes de animais. Conta para a gente quais são os seus objetivos com essas duas iniciativas.
O Rancho é o meu projeto de vida! Era um simples terreno em Membeca, mas quando a gente começou a projetar, eu logo entendi que não queria que fosse uma casa na serra, mas uma casa com propósito, um lar, um lugar onde quero estar com minha mulher e meus filhos. A ideia é que ela seja inteira sustentável e por isso vai ter selo de sustentabilidade. Além disso, lá as árvores frutíferas vão ser para os pássaros, para os animais… Já plantamos seis mil árvores. A meta era plantar 40 mil, mas agora já estou sonhando em ter 100 mil árvores lá! Vamos cuidar de animais maltratados, ter horta orgânica… O Rancho da Montanha se tornou também uma área de soltura de animais silvestres. Sou patrono do Instituto Vida Livre e lá nós reabilitamos animais silvestres que são apreendidos de traficantes, animais que são atropelados ou maltratados. Cuidamos e soltamos. Entende por que é tão especial pra mim? Sempre que posso estou lá não só para acompanhar tudo de perto, mas para fazer parte dessa construção com a mão na massa.

 

Bruno plantando uma muda em seu rancho, na região serrana do Rio de Janeiro - Foto divulgação

Bruno plantando uma muda em seu rancho, na região serrana do Rio de Janeiro – Foto divulgação

 

Você acredita que a pandemia do coronavírus é uma consequência da emergência ambiental que o planeta está vivenciando?
Acredito que tudo o que a gente faz influencia no funcionamento do planeta. Exatamente tudo. E, se continuarmos desse jeito, essa não vai ser a única “pausa” que teremos que dar no mundo. Dessa vez foi por causa de um vírus, são milhões de mortos no mundo, mas o planeta já está gritando de diversas outras formas.

E, na sua opinião, qual seria a solução para isso? O que deveria ser prioridade na política ambiental brasileira?
A minha visita com a Gio ao Amazonas a convite do Greenpeace, recentemente, foi assustadora. Pessoas que defendem o meio ambiente sendo ameaçadas de morte. Deveríamos, entre muitas outras coisas, diminuir o desmatamento o máximo que pudermos, mas o que está acontecendo é justamente o contrário. Hoje, qualquer ação positiva é importante e vai impactar o meio ambiente.

Até alguns anos, você era um jovem focado exclusivamente na sua bem-sucedida carreira de ator. Quando foi que você teve um clique e decidiu valorizar mais o seu lado empreendedor? A paternidade te deixou mais consciente e preocupado com a preservação da natureza?
Percebi ainda novo que eu poderia ser muitas coisas. Minha mãe é empreendedora, então sempre tive essa curiosidade e vontade de empreender. Não me considero um empresário, mas sim um empreendedor. Hoje em dia me sinto mais focado em me aliar a empresas, produtos e causas que eu acredito e, que, de alguma forma, pode me ajudar a ajudar. Na Credpago, por exemplo, é muito bacana porque é como se fosse uma linha de crédito para quem não tem fiador, temos ajudado muitas pessoas. Isso sem falar no rancho, que talvez seja o maior exemplo de um sonho realizado. Hoje eu posso ter um espaço para reflorestar e plantar milhares de árvores, para fazer a soltura de animais. Por causa desses negócios, posso me aliar e ajudar em causas que acredito como a CUFA (Central Única das Favelas), de quem eu sou parceiro e muito mais.

Qual o legado que você quer deixar para os seus filhos e seus admiradores?
Um dos motivos pelos quais estou tão envolvido nessa luta e nesse desafio é despertar esse sentimento nos meus filhos. Esse é o meu legado principal. E o Rancho é parte desse legado, saber que vamos poder motivar nossos amigos, familiares, os vizinhos do rancho, os alunos da escola lá de perto. Quando o corona passar quero levá-los lá também. Motivar quem me vê nas redes, na televisão, nas entrevistas a entender que somos parte da natureza e a partir disso ser um agente de transformação. Se eu conseguir deixar esse legado, já vou me considerar um cara realizado.

Por fim, como você imagina que será o “novo normal”, a vida em tempos pós-pandemia e pós-vacinação?
Eu tento manter a esperança nas pessoas. Espero que elas acordem e entendam a importância do voto, se conscientizem politicamente, que finalmente entendam a importância que temos no meio ambiente e como somos agentes transformadores.

 

Bruno_fotodivulgação

Foto divulgação